Perito da tragédia na BR-324 revela detalhes da colisão que matou 24 pessoas na Bahia

Perito da tragédia na BR-324 revela detalhes da colisão que matou 24 pessoas na Bahia
Publicado em 10/01/2024 às 0:32

A colisão frontal entre um micro-ônibus e um caminhão que transportava mangas, na noite do último domingo(07) matou 24 pessoas e deixou outras cinco feridas. Desse total 21 vítimas estavam no micro – ônibus  e outras três viajavam no caminhão.

Portal do Casé conversou, com exclusividade, com o Perito Criminal Oficial do caso, Valmir Lacerda. Segundo ele, o acidente, que aconteceu por volta das 23h, na rodovia BR-324, na altura do Km 386 da cidade de Gavião, no Norte da Bahia, é a maior tragédia registrada nas rodovias da macroregional Chapada.  A prefeitura  de Jacobina decretou luto de sete dias.

Por conta disso, foi necessário acionar, pela primeira vez na região da Chapada, o Protocolo de Desastre em Massa. A estratégia foi criada em 2013 após Lajedinho, município da Chapada, ser arrasado por um temporal que durou duas horas e matou 17 pessoas. Lacerda também atuou dando apoio na coordenação dessa tragédia.

O trabalho do Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi cooperativo entre as regionais de Serrinha, Euclides da Cunha, Juazeiro e Jacobina. Esta última foi onde teve a maior parte das vítimas e a regional responsável pela área do município de Gavião.

As atividades foram divididas da seguinte forma: o DPT de Jacobina recebeu (11 vítimas), Juazeiro (oito), Euclides da Cunha (quatro), e uma vítima morreu no município de Nova Fátima, para onde foi socorrida com vida, mas não resistiu.

“Nós avaliamos toda a situação. Agimos em conjunto. Analisamos a capacidade das regionais e distribuímos os corpos de forma estratégica para dar celeridade aos processos. Os que estavam sem identificação mandamos para Jacobina, por termos consciência, que lá ficaria mais fácil para familiares colaborarem com nosso trabalho”.

A estrutura de trabalho contou com quatro Coordenadorias Regionais de Polícia Técnica (Crpts) que estavam envolvidas na remoção e transporte dos corpos e as mesmas ficaram responsáveis pelas identificações papiloscópicas e necropsias.

“Organizar essa estrutura fez com que tudo fosse resolvido de forma recorde. Os servidores se sensibilizaram e se voluntariaram para trabalhar no caso”.

Dentre os profissionais envolvidos no protocolo estavam: Peritos Médicos Legistas, Peritos Criminais, Peritos Técnicos e auxiliares.

Detalhes do acidente

De acordo com Valmir Lacerda, o acidente aconteceu a 100 km do destino final da viagem dos passageiros do micro-ônibus. A perícia no local durou cerca de 1h30. Lá, todo ambiente foi analisado.

“Observamos as placas de sinalização, condições climáticas, condições da estrada, luminosidade, os corpos e onde foram os maiores impactos neles, se lado direito, esquerdo, marcas de frenagem, enfim. Todos vestígios que possam colaborar para elucidar o acidente”.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a colisão aconteceu depois de um dos carros, possivelmente, ter invadido a contramão para realizar uma ultrapassagem proibida no trecho onde ocorreu o acidente.

O Portal do Casé apurou com fontes criminais de maneira extraoficial de que o veículo que entrou na contra mão foi o micro-ônibus, que não conseguiu retornar a pista de origem e acabou batendo de frente com o caminhão carregado de mangas que atravessou a pista espalhando as frutas por toda via.

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