Polêmica em Queimadas! Obra particular no acesso à Barragem da Leste acaba em troca de acusações; saiba tudo

Polêmica em Queimadas! Obra particular no acesso à Barragem da Leste acaba em troca de acusações; saiba tudo
Publicado em 12/09/2025 às 19:38

Tudo começou com um vídeo, que viralizou na cidade. Nele, duas mulheres aparecem usando a água da Barragem da Leste, em Queimadas, para lavar roupas. Em cerca de seis minutos, a dupla e o cinegrafista amador denunciam que alguém estaria tentando fechar o acesso para o local. Por qual motivo? O que está por trás dessa situação? O Notícias de Queimadas e Região apurou a fundo toda a situação.

Nesta sexta-feira (12/9), a reportagem esteve no local e apurou que uma briga envolvendo vizinhos, até com envolvimento político, serve como plano de fundo. É que a família dona da propriedade que dá acesso ao rio quer retomar uma obra. Esse serviço, de acordo com eles, não impossibilita o acesso à barragem e serve para organizar o local. A questão é que vizinhos querem que tudo continue como está, com o acesso livre.

Barragem da Leste é um dos destinos turísticos mais procurados de Queimadas. Foto: Cidicleiton Souza

Na última quinta-feira, a Prefeitura de Queimadas embargou a obra. Agora, a Secretaria responsável espera um parecer da Procuradoria do Município para autorizar ou não a construção.

Uma das donas do terreno, que também funciona um bar, é Girleide Silva. Ela e o irmão, Sérgio Silva, estão à frente da organização da obra.

“Em 2019, minha irmã teve suspeita de câncer. Aqui, tinha um ambulante que vendia com meu pai. Meu pai, então, chamou meu irmão, Sérgio, para entregar o bar para ele. Se não quisesse, iria arrendar para o ambulante. Meu pai foi claro: ‘estou entregando, Sérgio. Eles querem fazer uma festa. Converse para ver como será isso’. Meu irmão procurou esse ambulante e disse: ‘temos duas despesas, nossas. Alvará e segurança”, sustenta Girleide.

A mulher, para ilustrar o início de toda a confusão, ainda relembra a época em que o caso foi levado à Prefeitura.

“O ambulante queria colocar bebidas. Meu irmão, então, disse que não iria fazer [a festa] porque meu pai trabalhou esses anos todos. A esposa do ambulante entrou também na situação. Ela afirmou: ‘quando coloco uma coisa na cabeça, eu faço’. Aí, entrou a política. Foi na Prefeitura, fez reunião e começaram a construir aqui. Meu pai disse: ‘o ambulante eu aceito, mas construção não. O rio é público, mas a propriedade até chegar no rio é minha'”, sustenta Girleide. “Tem política envolvida. Desde quando começou. Temos fotos de políticos prometendo isso aqui na casa do ambulante”, diz.

A família até tentou, há alguns anos, fazer essa mesma obra, alegando organização do terreno. O problema é que, segundo eles, a gestão municipal então comandada por André Andrade (PT) não deixou. Guardas municipais teriam sido enviados para encerrar as ações do cercado.

“Antes, fizemos uma cerca para organizar. Estamos retomando para melhorar nossa propriedade. Será uma área grande, aberta. Não vou fechar”, garante Sérgio.

OUTRO LADO

Jussara de Jesus é contra a construção da cerca. Para ela, a ideia da família é restringir a entrada do povo na Barragem da Leste. Ela ainda denuncia que a construção seria realizada para ser feita uma área VIP no local.

“A gente não está sendo impedido de realizar nossas atividades no rio. A gente quer, porém, que tudo fique como está. Para mim, é estranho. Eles falaram que iria cercar para fazer área VIP, para ter mais barulho. Aqui, ‘paredão’, não tem limite. Eles têm que fazer o evento deles e a gente ficar de braço cruzado?”, comenta.

No local, a reportagem do NQ+ também encontrou um grupo, também contra a construção. “O certo é não deixar fechar. Aqui, nunca existiu cerca. Nasci e me criei aqui. Querem fazer uma área privada. Cadê o prefeito e vereadores? Isso aqui é órgão do governo. É federal. Se as autoridades não tomarem providências, vamos fechar a estrada”, prometeram.

“Nunca fomos ameaçados. Eles querem cercar para ninguém ter acesso. Como vem alguém na porta, dizendo que vai cercar e que vai deixar apenas um trecho? Me criei aqui nessa barragem. Tem anos que meu avô possui essa casa. São anos e anos. Agora quer fechar uma área dessa, gente? Estão dizendo que, se a gente quiser, vamos ter que passar por um beco”, finaliza Jussara.

Agora, o caso deve ser levado ao Tribunal de Justiça da Bahia.

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