‘Abril Azul’: médico Maike Araújo alerta para diagnóstico precoce no mês da conscientização do autismo
Estabelecido pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de conscientizar a população sobre o autismo, o “Abril Azul” chama a atenção ainda para envolver a comunidade, trazer visibilidade e buscar uma sociedade mais consciente, menos preconceituosa e mais inclusiva. De acordo com o psiquiatra infantil Maike Araujo, é importante que os pais e cuidadores estejam atentos aos primeiros sinais, porque o diagnóstico precoce é fundamental.
“O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. Portanto, a criança manifesta alguns sinais desde a primeira infância. São crianças que interagem pouco socialmente, têm atraso na fala e apresentam dificuldades para se comunicar. Além disso, têm comportamentos restritos, tais como balançar muito as mãos, enfileirar brinquedos e girar em volta de si mesmos”, explica o especialista.
O médico enumera, ainda, outros sinais: “Crianças sensíveis a alguns barulhos e que também evitam o contato visual. Se seu filho ou alguma criança que você conhece tem alguma dessas características é importante procurar um psiquiatra infantil”, alerta.
Maike ressalta também que o diagnóstico é importante para realizar o tratamento adequado: “Quando a gente recebe uma criança com autismo, priorizamos o tratamento precoce, pois aproveitamos a neuroplasticidade cerebral dela, ou seja, quanto mais cedo essa criança estiver sendo exposta às terapias com psicóloga, psicopedagoga, fonoaudióloga e terapia ocupacional, melhor será o prognóstico dela. Não existe remédio para tratar autismo. Algumas medicações tratam apenas alguns sintomas,” explica o profissional.
Por fim, o médico com especialização em psiquiatra infantil reforça também a importância do cuidado das mães atípicas com a sua saúde mental: “O índice de depressão e ansiedade em mães atípicas é muito alto. Em torno de 50%. A sobrecarga é muito grande. Muitas vezes, a criança não tem acesso às terapias, ao psiquiatra infantil, às medicações e tudo isso afeta a saúde mental da mãe”.