Demitido, ‘Lucinho Coveiro’ se diz desrespeitado após 28 anos de trabalho: ‘Já veio com outro para meu lugar’

Demitido, ‘Lucinho Coveiro’ se diz desrespeitado após 28 anos de trabalho: ‘Já veio com outro para meu lugar’
Publicado em 15/01/2025 às 11:40

Por 28 anos, Lúcio Batista de Oliveira trabalhou. Poderia ser domingo, feriado ou até Réveillon. Ele estava lá. E, em um momento de dor, às vezes sua figura passava despercebida nos centenas de casos que já viu no Cemitério Municipal de Queimadas.

Mesmo com esse tempo de contribuição e dedicação – que ultrapassaram gerações de prefeitos das mais variadas vertentes políticas -, o rapaz disse ter sido demitido neste início de 2025 sem sequer ouvir um “muito obrigado”.

Na terça-feira (14), Lucinho Coveiro, como é conhecido, falou com o Notícias de Queimadas e Região. Ele relembrou como ficou sabendo da demissão, nos primeiros dias da administração municipal comandada por Ricardo Lopes (PSD).

“Fui informado em um domingo. Havia um enterro para fazer e o prefeito não tinha me dito se era eu ou outro para trabalhar. Eu mandei o filho de Mainar perguntar ao prefeito qual seria o coveiro”, sustentou.

Depois de questionar quem seria o novo trabalhador, a gestão municipal teria enviado um rapaz, já para assumir o lugar do senhor. “Como bom samaritano, obedeci e entreguei a chave para o menino. Entreguei sem conversa porque a Prefeitura é dele, não minha”, complementou Lucinho.

O trabalhador disse entender a motivação de sua saída, mas cobrou uma melhor postura da gestão municipal, a quem ele foi fiel por quase 30 anos.

“Pelo tempo que eu tenho trabalhando ele tinha que ter respeito por mim. Passei pelas gestões, como Tarcísio, doutor Edivaldo, Maurinho, doutor André. Todos sempre me respeitaram. O respeito dele [Ricardo] foi muito pouco para meu lado. Não tenho nada contra ele, mas caberia respeito pelo que o coveiro fez pela cidade”, pediu.

Na entrevista, Lucinho ainda comentou sobre uma taxa, que é cobrada a familiares que enterram seus parentes nos dois cemitérios de Queimadas.

“Eu trabalhava sozinho em um cemitério e passei a trabalhar em dois. Em seguida, peguei um ajudante. Essa taxa que eu pegava era para pagar ajudante. Nunca tive férias ou 13º. Eu trabalhava de domingo a domingo. Se eu não cobrasse, como eu pagaria ajudante? Se a pessoa não tivesse dinheiro eu enterrava. Cansei de pagar do meu salário para pagar o ajudante. Quem está de fora não vê isso”, ponderou.

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