Homem diz ter sido agredido pela GCM de Queimadas: ‘Pedi pelo amor de Deus’; comandante se defende
Um homem identificado como Rubenildo Oliveira denunciou uma agressão que teria sofrido de guardas civis municipais de Queimadas. A vítima expôs a situação na tribuna da Câmara de Vereadores, na sessão desta terça-feira (7/10). Nominalmente, foi citado o nome do comandante da corporação, Gavião. O servidor público, no mesmo local, se defendeu da situação.
O caso, segundo Rubenildo, aconteceu no Hospital dr. Edson Silva, no mês de agosto. “Entrei com essa caixinha [de som] na mão e marquei minha ficha. Pediram para eu esperar e fui para a parte de fora. Quando penso que não, veio um guarda se alterando. Ele estava até armado. Eu tomo remédios para a ansiedade. Se alguém chega gritando, altera minha mente. Depois, chegou outro, chamado Gavião. Subiu no corrimão me imprensando nas grades. Eu pedi para me soltar, que não estava aguentando mais”, relembrou o homem.
Ainda de acordo com ele, foi preciso implorar para que as agressões parassem. “Esse Gavião me imprensou e eu pedi pelo amor de Deus, para me soltar. Ele me soltou e me empurrou, em uma baixada. Saí escorregando. Já veio ele e outro guarda, subindo em minhas costas, para tentar me algemar. Conseguiu colocar em um braço, mas depois tirou […] Eu saí e, quando voltei, já tinham outros guardas no hospital”, contou.
Após o episódio, Oliveira disse ter procurado a Polícia Civil. “O delegado disse que eu não tinha razão, que todos teriam dito que entrei com som alto no hospital. Retruquei e pedi as imagens das câmeras de segurança […] Na recepção, perguntei a uma menina se eu tinha feito isso. Ela me disse que não, que eu só tinha feito isso na saída. ‘Mas estava alto?’, perguntei. Ela disse que não. Sei que não posso entrar nesses locais com som. Sei que não pode”, pontuou, ainda na Câmara.
OUTRO LADO
Na tribuna, o chefe da GCM de Queimadas se explicou. Gavião admitiu que precisou conter Rubenilson, no episódio, porque ele estaria provocando tumulto no hospital.
“O cidadão é uma pessoa que eu não conhecia. Hoje, tenho noção da situação dele. A guarnição estava na ‘Feira do Pau’, atendendo ocorrência de surto psicótico. Nesse momento, o GCM Fredson, no hospital, me ligou pedindo apoio porque estava uma situação incontrolável no hospital. Me desloquei para o apoio e não sabia o que estava acontecendo. Lá, encontrei, na porta, o cidadão alterado, gritando e xingando”, se defendeu.
O GCM ainda relatou que foi agredido. “Recebi um xingamento e me identifiquei. Na sequência, ele deu uma cusparada no meu rosto. Isso é agressão a servidor público e é crime. Tive que conter o cidadão. Ninguém viu arma. Tentei de várias formas para que ele se acalmasse. Ele me desferiu um soco no rosto. O estado psicológico dele era tão alterado que quebrou o ‘enforca gato’. Ele disse que pegaria uma faca”, explicou o guarda.
Segundo o chefe dos GCMs de Queimadas, a Polícia Civil chegou a registrar o caso. “Ele [Rubenilson] foi à delegacia e fui intimado. Lá, constava lesão corporal contra minha pessoa. Tenho laudos dele, do CAPS, que mostra que ele perde a noção das coisas. Não estou dizendo que aconteceu, mas foi o que provavelmente aconteceu. Fredson presta serviço no hospital há 17 anos e não tem uma queixa. Houve testemunhas. Não teve agressão física, e nem vai acontecer”, finalizou.