Ministério da Saúde alerta para novas sublinhagens da Covid19
Mesmo depois do arrefecimento da pandemia da Covid-19, a população ainda precisa ficar alerta no combate ao vírus. Não só por conta do final de ano e das aglomerações que chegam com o verão, mas porque corriqueiramente a ciência tem encontrado novas variantes ou sublinhagens, como as identificadas recentemente pelo Ministério de Saúde: a JN.1 e a JG.3. Além disso, o boletim da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia aponta para um aumento de casos da Covid19 no mês de novembro, em comparação com o mês anterior.
Sobre a descoberta de sublinhagens no Brasil, a pasta federal pede aos brasileiros que atualizem o esquema vacinal com todas as doses recomendadas para cada faixa etária. No entanto, chama a atenção em especial para que idosos acima de 60 anos ou pessoas imunocomprometidas acima de 12 anos, tomem uma nova dose de reforço da vacina bivalente, caso tenham recebido a última há mais de 6 meses.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), ainda não foram identificadas essas novas linhagens na Bahia. Mas, ainda é muito baixo o percentual da população vacinada que tomou a dose da bivalente: apenas 14,2% do total.
Somado a isso, o aumento de casos reforça a importância de atualizar a vacina: de 03 de outubro e 3 de dezembro, Bahia registrou 12.133 casos, com 76 óbitos, sendo que 9,783 casos e 51 óbitos foram apenas do dia 5 de novembro até o dia 3 deste mês.
Sublinhagens – A JN.1, inicialmente detectada em exames realizados no Ceará, vem ganhando proporção global, correspondendo a 3.2% das detecções no mundo. Já a sublinhagem JG.3 vem sendo monitorada pelo ministério nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás nos últimos meses. As subvariantes já foram encontradas em 47 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“ Todas as vacinas disponíveis atualmente no Sistema Único de Saúde (SUS) são eficazes contra variantes que circulam no país, prevenindo sintomas graves e mortes. Além disso, também está disponível no SUS, gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para o tratamento da infecção pelo vírus em idosos com 65 anos ou mais e imunossuprimidos com 18 anos ou mais, logo que os sintomas aparecerem e houver a confirmação de teste positivo”, afirma em nota o órgão.
Para o renomado infectologista Roberto Badaró, professor da UFBA, nas últimas semanas foi notável um aumento de casos no estado e na capital baiana.
“Houve um aumento no número nas últimas três semanas. Estamos com uma incidência de 2 por 100 mil, ou seja, subiu cinco vezes o número de casos e isso reflete com hospitalização. No meu termômetro, mês passado não tinha casos nenhum e estou vendo 5,6, 7 por dia, no meu consultório. E a característica maior é de pessoas que estão mal vacinadas”, comenta.
Segundo ele, as recomendações do Ministério da Saúde são importantes, mas em sua opinião “o importante é que tomem vacinas diferentes. Quanto mais misturado, melhor sua taxa de imunização. Tomou duas CoronaVac, uma Pfizer, uma Oxford, uma CoronaVac, e uma Pfizer está ótimo e bem vacinador está ótimo e bem vacinado, agora que lançaram essa bivalente, está bem mas não significa que tem que ser só ela”.
O infectologista acrescenta que a recomendação para pessoas acima de 60 anos ou pessoas imunocomprometidas é porque entende-se que a taxa de vacinação n esses grupos não foi tão boa.
“A taxa de vacinação nesse grupo não foi tão boa como foi na população geral; então se foca nele porque são mais suscetíveis”, pontua.