Operação contra o BDM prende capitão da PM e mais 45; veja detalhes

Operação contra o BDM prende capitão da PM e mais 45; veja detalhes
Publicado em 11/12/2025 às 20:24

Um capitão da Polícia Militar e outras 45 pessoas foram presos, nesta quinta-feira (11/12), por suspeita de integrarem facção criminosa Bonde do Maluco, responsável pelo tráfico de drogas, crimes violentos letais intencionais e patrimoniais, além da lavagem de dinheiro e a disputa de territórios. Mauro das Neves Grunfeld e os demais são alvos de mandados de prisão.

A operação, batizada de “Zimmer”, é do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), com o apoio das Polícias Militar e Federal. As ações foram sendo realizadas, além da Bahia, em Sergipe, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco.

De acordo com a Polícia Civil, uma complexa associação criminosa foi identificada no curso das apurações. Ela é responsável pelo abastecimento, produção e preparação de entorpecentes, como também a utilização de pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores movimentados. Foi solicitado ao Poder Judiciário o bloqueio de R$ 100 milhões, além do sequestro de bens dos investigados.

O oficial da PM teria relação com a compra de armas e lavagem de dinheiro.

Na Bahia, foram presos 23 suspeitos em Salvador; dois em Feira de Santana; um em Lauro de Freitas; um em Camaçari; quatro em Porto Seguro; e um em Eunápolis. Também ocorreram prisões em outros estados: um em Aracaju (SE); um em Petrolina (PE); dois no Espírito Santo, sendo um em Novo Rio do Sul e outro em Linhares; além de dez prisões em municípios do estado de São Paulo.

Durante o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão, equipes desarticularam dois laboratórios de entorpecentes em Porto Seguro e no bairro de Stella Maris, em Salvador. Nos locais e em outros pontos da operação, foram apreendidos dois fuzis; duas armas de fogo; um simulacro de pistola; dois carregadores; munições; uma maquineta; computadores; cadernos de anotações; uma prensa hidráulica Mecol; balanças; sacos contendo substâncias análogas à cocaína que serão periciadas; sacos grandes de material em pó branco; munições de fuzil calibre 5,56; câmeras de monitoramento; além de tabletes e porções de drogas sintéticas, maconha e cocaína.

Além disso, foram apreendidos 30 aparelhos de celular; R$ 35.400 em espécie; três veículos; três motocicletas; e joias de ouro, incluindo correntes, pulseiras, brincos, pingente e anéis. Todo o material recolhido será periciado e servirá de apoio às investigações.

OUTRO PROCESSO

Mauro é investigado desde maio de 2024 no âmbito da “Operação Fogo Amigo”, por integrar organização especializada em vender armas e munições ilegais para facções criminosas da Bahia, Pernambuco e Alagoas. Em julho daquele ano, ele foi liberado da prisão, mas acabou custodiado novamente dias depois, após decisão judicial.

O capitão estava respondendo ao processo em liberdade desde maio deste ano, após decisão do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça. Dentre as motivações para derrubar a prisão preventiva, o ministro entendeu que o crime cometido “não envolveu o uso de violência ou grave ameaça”.

Os investigados respondem por organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, com penas somadas que podem chegar a 35 anos de reclusão.

Dos presos, 11 são militares: Gisnaac Santos de Oliveira, que já é aposentado; o próprio Mauro das Neves Grunfeld; além dos soldados Bruno da Silva Lemos; Gleydson Calado do Nascimento; Isaac Junior Santos de Oliveira; e Almir Sales dos Santos Júnior. O ex-policial militar Jair Faria da Hora também foi preso.

Completam a lista dos investigados: Igor Endel Moreira da Silva, Jhonnatan Wallas Reis Alves, Werisson Damasceno Conceição, Queila Cristina Cardoso de Oliveira, Robson de Jesus Santos, Felipe Gomes Tavares, Andrei Dias de Oliveira, Josenildo de Sousa Silva, Diego do Carmo dos Santos, Fábio Nascimento Figueiredo, Marcos Vinicius Santos Barbosa, Eliomar de Oliveira da Cruz e Eraldo Luiz Rodrigues.

WhatsApp